fbpx

Pesquisa revela que 8 em cada 10 pessoas conheceram alguém que morreu no trânsito

O Instituto Multiplicidade Mobilidade Urbana realizou uma pesquisa que revelou dados alarmantes sobre velocidade no trânsito: 8 em 10 pessoas conheceram alguém que morreu no trânsito. “Também descobrimos que 53,7% das mortes que envolvem motocicletas envolvem também automóveis e que mais de 48,5% de pedestres e ciclistas são mortos em acidentes com automóveis”, revelou Glaucia Pereira, pesquisadora e fundadora do IPMMU, durante evento na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A pesquisa desenvolvida pela Multiplicidade Mobilidade faz parte do Projeto Vias Seguras, uma iniciativa de incidência legislativa federal coordenada pela União de Ciclistas do Brasil (UCB) que tem como foco a readequação das velocidades nas vias urbanas para o melhor convívio de pedestres, pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida e ciclistas. 

O lançamento do projeto aconteceu em Brasília em duas ocasiões, no dia 03/05, na Câmara dos Deputados na Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, e no dia 04/05, na sede da OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde, órgão vinculado a ONU, em evento virtual com a participação de todas as pessoas que participaram do processo. No dia 17/05, em debate virtual intitulado “Ruas Vivas – Como popularizar a redução de velocidades nas cidades brasileiras?”, Glaucia teve oportunidade de apresentar novamente dados da pesquisa.

Durante os eventos foram apresentados argumentos, dados, estudos de casos e parecer jurídico, que devem motivar positivamente legisladores, técnicos e público em geral para apoiarem a causa da readequação das velocidades, contribuindo para criar cidades mais humanas, salvando vidas e preservando famílias.

Na ocasião também foi apresentada a Campanha Ruas Vivas, uma ação de sensibilização da segurança viária focada nos modais ativos. Na oportunidade, a UCB apresentou a análise do impacto da redução de velocidades em cidades brasileiras e da América Latina, e o resultado da pesquisa de opinião sobre redução de velocidades, mobilizando atores-chave para a mudança na legislação.

Participaram dos eventos, Ana Carboni, Ruth Costa e Luíse Reis, da UCB, Dante Rosado, consultor da Bloomberg Initiative for Global Safety Road, Dênio Augusto, da Rede Urbanidades do MP/DF, Victor Pavarino, da OPAS/OMS, Maria Claudia Kohler e Paulo Harkot, mãe e pai da ativista e socióloga Marina Harkot, vítima de um sinistro de trânsito na cidade de São Paulo enquanto pedalava, Kelly Fernandes, da GIZ, Marta Obelheiro, da Ciclocidade e Glaucia Pereira do Instituto Multiplicidade Mobilidade Urbana. Coube ao IPMMU a responsabilidade pelo tratamento dos dados da pesquisa. No dia 17/05, o debate aconteceu com a presença de Beatriz Rodrigues – Arquiteta e urbanista, da Global Designing Cities Initiative (GDCI), Luise Reis, advogada e pesquisadora, coordenadora do GT GÊNERO DA UCB e Saulo Santiago de Oliveira, engenheiro Civil e Mestre em Engenharia de Transportes pela UFC.

Um dos momentos mais emocionantes do evento do dia 04/05 foi a participação da mãe e pai de Marina Harkot, ativista e socióloga, vítima de um atropelamento e morta aos 28 anos em 08 de novembro de 2020, na cidade de São Paulo pelo empresário José Maria Júnior. Ele é réu por homicídio. No final de abril de 2022, a Justiça de SP decidiu levar o motorista a júri popular por ter bebido, atropelado e matado a ciclista. “Nossa filha foi assassinada em 08 de novembro, ela foi brutalmente atropelada em alta velocidade por um indivíduo bêbado que não parou para atendê-la. Marina nos ensinou a olhar a cidade como ela deve ser vista“, disse emocionada Maria Claudia Kohler, mãe de Marina. Paulo Harkot, pai da ativista, parabenizou o caráter científico das discussões e afirmou que não existe mudança de comportamento sem as pessoas sentirem pertencimento pela causa. “As informações estão disponíveis e acessíveis para orientação e tomada de decisão nos três níveis de governo. Por que os que têm a obrigação de fazer não a fazem? Conversando com a Glaucia, ela disse que o trânsito é o espelho da educação e do nível de desenvolvimento de uma sociedade. O paradigma atual aceita e normaliza a violência do trânsito no Brasil. Paradigmas precisam ser quebrados. A diminuição da selvageria do trânsito é o que precisa ser mudado”, afirmou Paulo.

Para assistir ao evento na Câmara dos Deputados (03/05), clique aqui. A apresentação do projeto em evento da OPAS (04/05) está neste outro link. O debate do dia 17/05 sobre “Como popularizar a redução das velocidades nas cidades brasileiras” está disponível aqui. E o relatório completo da pesquisa pode ser acessado aqui.

2 comentários em “Pesquisa revela que 8 em cada 10 pessoas conheceram alguém que morreu no trânsito”

  1. Pingback: Multiplicidade assina documentos na semana da mobilidade

  2. Pingback: Multiplicidade encerra 2022 com novos projetos e projeção

Comentários encerrados.

Rolar para cima