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Reportagem usa dados da Multiplicidade e ouve opinião do Instituto

Reportagem no jornal O Popular, feita pelo jornalista Vandré Abreu, procurou entender porque Goiânia é a 4ª capital do País com mais bicicletas, embora apresente uma infraestrutura cicloviária deficitária. Glaucia Pereira, fundadora e pesquisadora do Instituto Multiplicidade, deu algumas explicações possíveis para a questão.

Como pode uma capital como Goiânia ter a quarta maior frota de bicicleta do país e ainda assim apresentar uma infraestrutura cicloviária deficitária? O repórter Vandré Abreu, em busca dessa resposta, decidiu consultar o Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana. Para dar início à reportagem, ele utilizou os dados coletados por Glaucia Pereira, pesquisadora do Instituto, no artigo “Estimativa de frota de bicicletas no Brasil” publicado no Journal of Sustainable Urban Mobility, o Josum, periódico científico editado pela Multiplicidade. O artigo teve como objetivo estimar a frota de bicicletas no Brasil e utilizou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares POF 2017-2018, particularmente os dados de inventário dos domicílios. Foram estimadas 33.230.198 bicicletas no Brasil. O dado é apresentado por grandes regiões, Estados e capitais e é feita uma taxa em relação à população residente. Goiânia aparece em quarto lugar com mais bicicletas entre as capitais.

Diz a matéria: “Embora invisibilizadas pelas políticas públicas de mobilidade urbana, as bicicletas em Goiânia são numerosas e a estimativa apontada em pesquisa do Instituto de Pesquisa Multiplicidade é que a capital goiana seja a quarta do País na relação deste veículo por habitante. O índice calculado com base na última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a existência de 0,19 bicicleta por habitante, ou seja, cerca de 280 mil. No entanto, a maior parte é utilizada em vias com o compartilhamento do espaço com veículos automotores e pedestres, já que Goiânia está entre as quatro piores capitais brasileiras em quantidade de ruas seguras e propensas para o uso das bikes”.

Para Glaucia, não necessariamente existe uma relação direta entre a quantidade de bicicletas em uma cidade e a de vias exclusivas para os ciclistas. “A bicicleta é um veículo reconhecido pelo Código de Trânsito Brasileiro e pode trafegar em todas as vias das cidades. Ruas com velocidades mais baixas são mais cicláveis, mesmo sem ciclovia ou ciclofaixa. É óbvio que uma política pública voltada para o modo de transporte ativo, em especial a bicicleta, e que crie infraestrutura para incentivar o uso, contribui. Mas o uso da bicicleta pode estar relacionado com questões culturais da cidade, de práticas que foram incentivadas em outros tempos”, afirma.

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