A pergunta foi feita pela Isto É Dinheiro ao seu público. “É um bom momento para vender, comprar ou deixar seu carro na garagem?”, complementa a reportagem. O repórter Rodrigo Favoretto quis saber a opinião do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana sobre o que fazer com o carro em 2023 e a reportagem foi publicada no dia 06/02.
Em primeiro lugar, precisamos pensar sobre qual cidade estamos falando e qual o tipo de pessoa que está sendo pensada em relação a essas questões. O uso dos modos de transporte varia em termos de classe social, gênero, idade e condição física. As necessidades de uma pessoa idosa ou de uma pessoa com deficiência não são as mesmas de uma pessoa jovem que pode fazer uso de modos ativos de transporte como a bicicleta e a caminhada.
Feita esta ressalva, o carro nunca será a melhor opção porque não estamos falando apenas do custo financeiro da manutenção de um automóvel, o preço da gasolina, estamos falando de custos para o meio ambiente com a emissão de gases de efeito estufa, estamos falando de segurança viária e estamos falando do espaço público das ruas na cidade que não podem e não devem ser de uso exclusivo dos carros. O transporte público é a melhor opção de uso, mas também sabemos que nem todas as cidades médias e grandes possuem sistemas eficientes. Para as grandes metrópoles, por exemplo, a melhor combinação tem sido o uso do automóvel por aplicativo como conexão para uma rede de transporte público de alta capacidade, a exemplo de metrôs e trens.
Rodrigo afirma na reportagem: “São diversos fatores que vêm mudando a relação do motorista com seu veículo. Alguns deles, propondo até uma “ruptura” na tradicional necessidade de ter um carro – especialmente em cidades grandes. Há um novo zeitgeist que prega a economia de combustível em troca de bem-estar para o planeta. Dados mostram que mais gente está buscando meios alternativos – como bicicletas e transporte coletivo. Sem contar que tempo é o novo ‘asset’ contemporâneo: ficar parado no trânsito é diminuir sua conexão com a família, com amigos, com o conhecimento, com a diversão”.
Para Glaucia Pereira, fundadora e pesquisadora do Instituto Multiplicidade, que foi ouvida na reportagem: “Muitas cidades médias e pequenas têm dado passos importantes na direção de cumprir o direito constitucional de considerar o transporte público como um direito fundamental. Algumas delas têm adotado a Tarifa Zero, pois esta tem sido uma ferramenta e uma decisão política para evitar o colapso do sistema e permitir que o serviço seja subsidiado de uma forma justa. Já são mais de 50 cidades brasileiras que optaram pela não cobrança da tarifa, com impactos sociais importantes e, consequentemente, desincentivo no uso dos automóveis”.
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