Reportagem de Rone Carvalho abordou o envelhecimento da frota de carros na cidade do interior de São Paulo, onde sete em cada dez veículos têm mais de 10 anos. Para Glaucia Pereira, fundadora e pesquisadora da Multiplicidade, descarbonização do setor de transporte brasileiro não deve se ater apenas à renovação da frota de veículos, mas reforçar o incentivo ao transporte coletivo.
No final de abril e início de maio, diversas reportagens enfatizaram a questão do envelhecimento da frota, muito em função do relatório do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças). Diversas notícias surgiram para falar do tema como condição inquestionável para diminuir as emissões. Na contramão das opiniões, o Instituto Multiplicidade acredita que o investimento em transporte público, de qualidade e movido a eletricidade pode fazer bem mais pela diminuição das emissões de gases de efeito estufa.
No Diário da Região, principal jornal de São José do Rio Preto, uma das mais importantes cidades do noroeste paulista, a reportagem levou em conta os dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Segundo a apuração do repórter, sete em cada dez veículos de Rio Preto têm mais de dez anos de uso (69,8%). Há uma década, metade da frota rio-pretense (47,7%) tinha essa idade. Em compensação, a parcela de veículos seminovos – com até dez anos – caiu de 52,3%, em 2014, para 30,2%, em 2023.
Na análise, o jornalista Rone Carvalho afirma: “A falta de uma política de incentivo à renovação da frota de veículos junto com a inexistência de uma ação pública de incentivo ao uso do transporte coletivo em cidades de médio porte têm feito com que a taxa de motorização cresça exponencialmente na cidade. Ouvida pela reportagem, Glaucia defende que o discurso sobre a descarbonização do setor de transporte brasileiro não deve se ater apenas à renovação da frota de veículos, mas reforçar o incentivo ao transporte coletivo. E afirma: “Precisamos tomar cuidado para não achar que será apenas renovando a frota que vamos estar ajudando o planeta. Em regra, quando a pessoa tem um carro mais velho, ela roda bem menos, pois usa o carro para ir e voltar do trabalho. Até porque, normalmente, não tem condições de ficar abastecendo a todo momento”.
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