Cientista social e ativista, Marina foi morta, em São Paulo, por um motorista bêbado que dirigia o automóvel em velocidade acima da permitida. A convite da família de Marina, o Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana (IPMMU) é uma das instituições parceiras na criação do Observatório.
O Observatório da Impunidade do Trânsito no Brasil (OITB) é uma iniciativa da família de Marina Kohler Harkot e faz parte do movimento Pedale como Marina. O anúncio da criação do OITB foi feito nos eventos realizados em memória de Marina e que começaram no dia 06 de novembro de 2022, em uma bicicletada, e em diversas mesas que aconteceram no dia 07 e 08 na sala de estudos que leva o nome da ativista morta por atropelamento na cidade de São Paulo, em 2020.
Acreditando que os dados e a informação podem contribuir para a criação de políticas públicas e o aperfeiçoamento das leis e do sistema de justiça, o OITB pretende ser uma plataforma que reunirá os diversos tipos de processos jurídicos envolvendo sinistros de trânsito e que não foram concluídos ou estão parados na Justiça. Além disso, será meio de divulgação de conteúdos educacionais que alertam para o perigo da velocidade e do trânsito, buscando a construção de cidades mais humanas e advogando em favor da readequação das velocidades dos veículos motorizados.
O objetivo da iniciativa não é apenas apostar num sistema punitivista que em nada repara o dano causado pela perda de uma pessoa querida ou a mutilação de pessoas que tiveram que se adaptar a uma outra vida em função do sinistro. Mas, estimular, mediante o adequado respeito e cumprimento das leis e normas técnicas, que esse tipo estúpido, brutal e desnecessário de sinistro volte a ocorrer. O Observatório também terá a função de alertar gestores, funcionários do sistema de justiça e tomadores de decisão, de que é preciso realizar mudanças estruturais e culturais para impedir que continuemos a ser um dos países do mundo onde mais se mata no trânsito.
O lançamento do OITB foi destaque no blog Ciclocosmo do jornal Folha de S. Paulo. Em reportagem escrita pelo jornalista Caio Guatelli, o analista de informação do IPMMU, Marcelo de Trói, falou sobre o Observatório. Confira aqui. Paulo Harkot, pai de Marina, em entrevista à Rádio Bandeirantes, falou sobre o processo contra o assassino da filha, comentou a importância do OITB no apoio às famílias que passam por situação parecida e falou da importância da produção de dados sobre sinistros no Brasil. Confira abaixo: