fbpx

Multiplicidade na Reunião de Atores em Segurança Viária em Brasília

A reunião aconteceu nos dias 09 e 10 de junho, em Brasília, e foi promovida pelo escritório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil. Glaucia Pereira representou a Multiplicidade em painel sobre mobilidade, gênero e raça.

Especialista em Mobilidade Urbana, com ênfase em pesquisa e dados, e fundadora do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana (IPMMU), Glaucia Pereira participou da Reunião de Atores em Segurança Viária, promovida pelo escritório da Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS). A reunião aconteceu nos dias 09 e 10 de junho em Brasília. As sessões foram presenciais apenas para as pessoas convidadas, mas também foram transmitidas em português, inglês em com intérpretes em língua brasileira de sinais – libras pelo canal do YouTube da OPAS.

No dia 10 de junho, das 14h às 15h, Glaucia foi uma das convidadas do “PAINEL 6: Planejamento de Transporte e Inclusão: mobilidade, gênero e raça” que teve moderação de Akemi Kamimura, consultora do escritório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, além da participação de Nhan Tran, Chefe de Unidade de Segurança e Mobilidade, Organização Mundial da Saúde; Paulo Henrique (Paíque) da Silva Santarém, Antropólogo, Doutorando em Arquitetura e Urbanismo e de Adriana Cristina da Silva Souza, Especialista Sênior em Mobilidade Urbana.

Glaucia Pereira, pesquisadora do IPMMU, em reunião da Organização Pan-Americana da Saúde em Brasília

O principal objetivo da Reunião foi promover uma discussão sobre os desafios e as potencialidades para a segurança viária, apontando caminhos para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030 no Brasil. O encontro precede a Reunião de Alto Nível marcada para dia 30 de junho e 1º de julho de 2022 na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, sob o tema “O horizonte 2030 para a segurança viária: garantindo uma década de ação e entregas”.

Da esquerda para a direita: Akemi Kamimura, consultora do escritório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil; Nhan Tran, Chefe de Unidade de Segurança e Mobilidade, Organização Mundial da Saúde; Glaucia Pereira, Pesquisadora do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana; Adriana Cristina da Silva Souza, Especialista Sênior em Mobilidade Urbana; e Paulo Henrique (Paíque) da Silva Santarém, Antropólogo, Doutorando em Arquitetura e Urbanismo.

Durante sua fala, Glaucia chamou atenção sobre a produção de dados nas pesquisas em mobilidade urbana com os recortes de gênero e raça. “O que a gente vê é que quando temos estatísticas, elas não são interseccionadas. Difícil ter base de dados que possamos extrair conhecimento. Não temos profundidade sobre ele. Ontem, falamos da base de dados do SUS. Nessa base, temos dados de raça e sexo. Por outro lado, analisando esses dados, percebemos que a distribuição de raça, principalmente, não segue a distribuição do IBGE, o que concluímos que podem ter mais pessoas negras morrendo. Esse dado não é qualificado. O dado de raça do SUS é inferido pela equipe médica ou pela família. É um dado bom, mas precisamos entender como cuidamos disso”, explicou Glaucia durante a reunião. 

Para a pesquisadora do IPMMU, o grande desafio é fazer com que as pessoas que trabalham com dados compreendam a importância de coletar esses dados. “O que estamos dizendo é que as ações de considerar raça nos dados de mobilidade não vai resolver o racismo, mas trazer o componente raça ajuda a responder o que temos discutido até aqui. Em diferentes sociedades, os marcadores sociais da diferença têm um peso. No Brasil, raça é um marcador social da diferença importante nas considerações. Trazer dados de gênero e raça é falar da importância de ter indicadores nos níveis táticos, estratégicos e operacional na mobilidade urbana”, completou.

Segundo a OPAS, os sinistros de trânsito resultam na morte de cerca de 1,35 milhão de pessoas em todo o mundo a cada ano e estima-se entre 20 e 50 milhões de pessoas que sobrevivem com lesões não fatais, representando um grave problema de saúde pública. Estima-se ainda que o impacto desses eventos nas economias custem aos países até 3% de seu PIB anual. A cobertura completa do evento pela OPAS está disponível aqui. Assista ao painel completo com a participação da Multiplicidade clicando aqui.

Rolar para cima