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Multiplicidade marca presença no Bicicultura

Encontro Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta e Cicloativismo aconteceu de 07 a 10 de julho no Pará com o tema é “Pedalar é preciso. A Amazônia é necessária”. Glaucia Pereira, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana, realizou palestra sobre pesquisa e ativismo.

O Bicicultura – Encontro Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta e Cicloativismo – é um encontro anual que celebra e impulsiona a cultura da bicicleta como meio de mobilidade nas cidades brasileiras. O evento deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiado devido à pandemia da Covid-19. Finalmente, o evento aconteceu na segunda semana de julho, do dia 07 ao 10, na cidade de Belém com organização do Coletivo Pará Ciclo e realização da União de Ciclistas do Brasil. A Multiplicidade participou do evento com Glaucia Pereira, fundadora e pesquisadora do Instituto, que ministrou a palestra no Eixo Temático VII intitulada “Entre a ciência e a causa: como fazer pesquisas sendo ativista”.

Para Glaucia, abordar este tema é importante para quem trabalha com mobilidade ativa. “A minha prática mostra que a mobilidade ativa e, especificamente falando da bicicleta, é um dos campos onde mais se concentram as pessoas ativistas. Nesse sentido, acredito ser bastante importante que pessoas que pesquisam e que também são ativistas possam estabelecer critérios de diferenciação e aproximação, pois essas atuações se misturam. Tem uma questão importante que é a dúvida. Uma pessoa que pesquisa precisa, muitas vezes, deixar suas convicções de lado para chegar ao verdadeiro problema”, explica a pesquisadora. “Muitas vezes é preciso deixar a paixão de lado e ver se determinada hipótese se confirma no campo de pesquisa”, completa.

Cartaz de promoção do Encontro realizado em Belém traz o tema da edição 2022: “Pedalar é preciso, a Amazônia é necessária”. Crédito: divulgação/Bicicultura.

O ativismo envolve questões práticas e necessárias para o enfrentamento dos problemas das cidades no que diz respeito à mobilidade urbana, mas também há uma questão que é a participação política dentro dos espaços institucionais que podem envolver os governos e também instituições responsáveis pela tomada de decisão da vida nas cidades. “Eu mesma sou uma ativista e defendo a cultura da bicicleta, mas como cientista, como pesquisadora, preciso pensar de forma isenta no momento da produção dos dados. Na minha palestra falei um pouco sobre isso, em como abrir mão de convicções e como a pesquisa pode colaborar e dar base para as contestações ativistas”, completa. A palestra aconteceu no dia 09 de julho (sábado), na Sala Cupuaçu da Fundação Cultural do Pará.

O Bicicultura é um espaço para o convívio, compartilhamento de conhecimento e formação de alianças entre ciclistas, cicloativistas e todos os entusiastas e interessados na cultura da bicicleta. Para Glaucia Pereira, o evento foi uma oportunidade de sinalizar para a sociedade a importância da bicicleta nos tempos atuais e que ainda precisa aumentar. “É importante que a bicicleta seja reconhecida como parte da solução dos problemas atuais da humanidade quando falamos de mobilidade urbana. Ela precisa ter o valor da contribuição que tem dado para a mitigação da crise climática, ao não emitir gases de efeito estufa, além de ser muito importante para a saúde das pessoas que pedalam e para a humanização das cidades”, completa.

A próxima edição do Bicicultura, segundo a UCB, acontecerá em 2023, na cidade de Florianópolis.

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